Noticias

Brasileiros comentam clima na WSOP e sonho de conquistar um bracelete: “Minha história ia ser perfeita”

Brasileiros comentam clima na WSOP e sonho de conquistar um bracelete: “Minha história ia ser perfeita”

A World Series of Poker (WSOP) 2025 começou, e muitos brasileiros viajaram para Las Vegas em busca de bons resultados – e quem sabe conquista de um bracelete durante os eventos. Com 100 torneios, a maior série de poker do mundo promete ser palco de grandes histórias neste ano.

Em entrevista exclusiva para o portal PokerListings, os jogadores Vitor Martins Dzivielevski, Anthony Barranqueiros e Fernando Macedo contaram um pouco do seu processo de preparação para esta edição, sobre o clima entre os brasileiros que viajaram para Vegas e compartilharam um pouco de suas expectativas para a WSOP.

Jogar a WSOP é um sonho de todo jogador de poker

Com dezenas de eventos todos os anos, a WSOP é a maior série do poker em todo o mundo. Jogadores de diversos países viajaram rumo a Las Vegas, nos Estados Unidos, para participar deste momento que marca a trajetória de qualquer jogador profissional deste jogo da mente.

Para os brasileiros, isso não é diferente. “A WSOP, para todo jogador de poker, sempre foi um sonho. Desde a época das transmissões na ESPN, Com Phil Ivey, Negreanu e mais, eu assistia aquilo e achava encantador. Pensava que um dia estaria lá. E graças a Deus o sonho se realizou”, relata Vitor Martins.

Jogando poker desde 2007, Fernando Macedo também sonhava em participar da série, chegando a sua 12ª edição em 2025: “Jogo poker desde 2007 e meu sonho era vir para Las Vegas. Quando comecei a jogar, meu maior sonho era a WSOP, jogar um evento aqui. Consegui realizar esse sonho em 2013 e desde então venho todos os anos. Faz parte do meu cronograma anual do poker estar em Vegas na época da WSOP”, explica o jogador.

Em sua 56ª edição, a WSOP não perdeu o brilho. Mesmo com dificuldades acerca das novas leis de imigração nos Estados Unidos, muitos jogadores não deixaram que esse fosse um impedimento para visitar o país, visando jogar o maior evento de poker do mundo.

Foco nos torneios e expectativa pelo Main Event

Anthony Barranqueiros Ribeiro
Reprodução: Instagram.

Reunindo milhares de jogadores, a WSOP conta com diferentes tipos de eventos, agradando todos os gostos. Para os brasileiros, isso não vai ser muito diferente. Enquanto alguns estão mais focados em mesas de Hold’em, outros preferem arriscar nos Mixed Games. Alguns buscam torneios em outros cassinos de Las Vegas e tem até quem viaja para aproveitar as mesas de cash games abarrotadas de grandes jogadores.

Apesar disso, uma coisa é certa: o Main Event sempre será o torneio de maior prestígio e empolgação para os jogadores. A “Copa do Mundo” do poker acontecerá na semanas finais da WSOP, começando apenas no dia 2 de julho, mas já está na mira dos jogadores:

Para mim, sempre foi um sonho jogador o Main Event da WSOP. Sigo vivendo em busca desse sonho e me sinto incrivelmente grato por isso. Vou jogar a grande maioria dos Mixed Games e um ou outro Hold’em até o Main Event. Depois, vai ser foco total nele”, conta Anthony Barranqueiros.Para Vitor Martins, o foco não é tão diferente: “A minha grade tem torneios todos os dias. […] A grade é bem extensa. São praticamente todos os torneios de Hold’em, salvo os super high stakes. O Main Event eu consegui através dos satélites do GGPoker então vou jogar com certeza”, explica.

Objetivo de profissionais é “fazer dinheiro” na WSOP

Jogadores profissionais de poker sabem que ganhar um bracelete da WSOP é uma tarefa difícil. Mais do que isso, não direcionam todos os seus esforços para ganhar um torneio, mas sim ter lucratividade em sua grade de eventos.

A expectativa é, como qualquer jogador de poker, fazer dinheiro. A gente joga para fazer dinheiro, já que essa é a nossa profissão. A expectativa é que seja uma série lucrativa, onde consiga realizar tudo que treinei. […] Eu me sinto bastante preparado. É o ano em que estou emocionalmente, psicologicamente, teoricamente e tecnicamente melhor. Tô preparado para isso”, afirma Vitor.

Para Anthony, entretanto, manter os pés no chão é importante para não perder o foco durante a série:

Não gosto de criar expectativas, tento evitar ao máximo. Só servem para gerar um ansiedade que pode atrapalhar a jogabilidade. Nós não podemos garantir resultados, estudei muito para viver esse momento e aqui dou o meu melhor e torço para os resultados venham”, conta.

Entretanto, isso não significa que o sonho não seguirá vivo. Desde 2008, quando Alexandre Gomes conquistou o primeiro bracelete brasileiro da WSOP, já somamos 38 no total, entre eventos presenciais e ao vivo. Nesta edição, o foco não vai ser diferente para nenhum dos representantes:“Sem sombra de dúvidas, esse é sempre o nosso objetivo. Foi um sonho ter ganhado o primeiro e a expectativa é que venham muitos mais”, completa Vitor. “A respeito dos braceletes, espero sim trazer alguns para o Brasil. Sempre jogarei a WSOP, então pode ser que apareçam alguns pelo caminho”, diz Anthony.

“Minha história ia ser perfeita se conseguisse ganhar um bracelete”

Para Fernando Macedo
Reprodução: Instagram.

Para Fernando Macedo, a vontade de ganhar um bracelete ganhou uma nova força nos últimos anos. “A partir do ano passado comecei a mentalizar e focar para tentar ganhar um bracelete. Minha história ia ser perfeita se conseguisse ganhar um bracelete. Venho de um contexto onde nasci no ano que meu pai ganhou na loteria (meu pai ganhou muito dinheiro na loteria), porém perdeu tudo no jogo, os jogos de azar”, conta Fernando.

“Tive uma infância maravilhosa, mas vi meu pai perdendo tudo no jogo. Quando entendi o que estava acontecendo, com 12 ou 13 anos, prometi que nunca ia encostar em um baralho – mesmo que ele não tivesse culpa. Como o destino é bem doido, com 23 ou 24 anos comecei a jogar poker, me apaixonei, não parei mais e tive várias conquistas. Se um dia conseguir um bracelete vai ser muito louco: um cara que prometeu nunca encostar no baralho, ser campeão mundial de poker. Passou ser meu foco tentar o bracelete e vamos que uma hora vai dar certo”, completou o jogador.

Brasileiros transformam o clima em Vegas

Por fim, os jogadores também falaram sobre o clima entre brasileiros na cidade sede da WSOP 2025. Como destacado por todos os três, a festa acompanha as pessoas nascidas em nosso país. Quase todos os jogadores se conhecem, simpatizam uns com os outros e, na hora que um conterrâneo chega a mesa final, todos se reúnem para torcer juntos:

“O clima em Las Vegas sempre é bom de estar. Para quem é amante do poker sempre tem bons eventos. Os brasileiros apoiam muito, boa parte deles quando sabe que tem alguém na mesa final, corre pra torcer. O brasileiro é diferente. Isso eu sempre vejo na torcida, ele faz diferença, faz barulho, torce. Chegar numa final seria muito legal, tendo torcida brasileira”, conta Fernando.

“Eu me sinto muito grato por viver tudo isso, sempre sonhei em poder estar aqui competindo, então estou vivendo meu sonho diariamente. Os brasileiros são de fato um povo muito animado e a cada ano vem mais jogadores cada vez mais preparados, então tenho um pressentimento de que o Brasil vai aumentar seu número de braceletes esse ano.

Fica minha torcida a não só os brasileiros, mas todos os latinos em busca deste mesmo sonho, estarei na torcida por todos”, menciona Anthony.

“Não dormi nem três horas, tava morrendo de vontade de jogar, de estar aqui de novo. Tava com o sentimento de gratidão muito grande por ter a oportunidade de estar aqui, participando desse evento”Todos nós somos muito amigos, muitos ‘nasceram’ comigo, estudamos poker juntos no passado, tivemos times juntos. É sempre muito massa estar com os brasileiros aqui”, completa Vitor Martins.