Review do livro de poker: “Shuffle Up and Deal with It: Tales from Dealers Worldwide”, de Sara O’Connor

Sobre o que é “Shuffle Up and Deal with It: Tales from Dealers Worldwide”

O livro de Sara O’Connor não é de ficção: é uma coleção de histórias em primeira pessoa de dealers do poker, em especial nos EUA, mas também alguns da Europa.

As vozes de diferentes dealers, variação de carga de trabalho e espaços de trabalho, experiências em primeira mão e percepções únicas sobre o jogo tornam o “Shuffle Up and Deal with It: Tales from Dealers Worldwide” um livro fácil e cativante – mesmo que em algumas partes pareça um pouco repetitivo em sua natureza.

O tema principal não é estabelecido diretamente – principalmente porque cabe aos leitores escolher o que eles consideram importante em cada história. Esse não é um guia ou conto preventivo: cada história é contada a partir de um ponto de vista pessoal, sem impor uma “verdade” para os leitores.

Com seu trabalho, O’Connor conseguiu trazer seu próprio ponto de vista para o livro também. Ela apresentou dealers como indivíduos com, algumas vezes, backgrounds diferentes, e que (por diferentes razões pessoais) terminaram juntos na indústria das apostas. Por outro lado, ela também evitou romantizar seu estilo de vida e embelezar suas lutas e fraquezas para manter a história boa. Nem todo dealer em seu livro tem uma personalidade cativante mas cada um é uma pessoa com características que não são aliviadas ou generalizadas pela autora.

O livro com certeza vale a leitura se você quer saber mais sobre o outro lado do deck e as idas e vidas da staff que trabalha em cassinos, se considera se tornar dealer um dia ou se está apenas curioso para saber como é ser um dealer.

O que é Sara O’Connor pontua perfeitamente?

O livro de Sara é muito bem escrito se falarmos sobre “dar voz” as percepções de dealers, suas lutas e aspirações, incluindo a ideia de que dealers são os mensageiros das carta e que também passam por abusos.

Lendo o “Shuffle Up and Deal with It: Tales from Dealers Worldwide”, você mergulha profundamente no mundo dos dealers e conhece sobre:

• Porque jogadores pessoas extrovertidas e introvertidas escolhem ser dealers, como seu trabalho é organizado e em que lado do cassino ou salas de poker gostam de estar.
• Como dealers lidam com estresse e problemas de trabalho – e, porque jogadores são solidamente responsáveis por muitos problemas de saúde mental e burnouts de dealers.
• Porque a maioria dos dealers evita trabalhar em jogos no “submundo” e quais as principais diferenças entre jogos em casa e jogos legais e ilegais quando se trata de dealing.
• Troca de informações que dealers tem sobre jogadores e como isso afeta seu trabalho nas mesas.
• Porque dealers mulheres ganham mais gorjetas – e porque isso não compensa os comportamentos ruins de jogadores.
• Como pessoas trapaceiam em jogos de poker e como dealers podem prevenir isso – o livro tem alguns exemplos bem interessantes de trapaças de jogadores e também dos dealers. 
• As coisas mais loucas que já viram de outros jogadores (incluindo, mas não limitado a: dançar nas mesas, sexismo mútuo, tilt louco e nudez inesperada).
• Como as casas (não importa se cassinos ou salas de poker) normalmente se tornam um inimigo comum para jogadores.
• Quais estados nos EUA são considerados a Mecca do poker no mundo e, porque não é Nevada.
• Quão trágico ser um dealer pode ser quando você lida com comportamento viciante de pessoas que não conseguem lutar contra o desejo de beber, usar drogas e apostar.
• Porque dealers são contra smartphones e outras peças de tecnologia moderna nas mesas ao vivo.
• O que um bom dealer e um bom bartender tem em comum.
• Como dealers se tornam apegados a regulares e como até mesmo chamam a polícia para conduzir checagem de bem-estar se não veem um regular local por muito tempo.
• Porque vencedores regulares reclusivos e não amigáveis são considerados os piores nas salas de poker do que os rudes e agressivos.
• Quem são as pessoas de verdade por trás das máscaras nos programas de poker na TV e porque alguns dealers amam realmente o Phil Hellmuth.
• As histórias mais malucas sobre chorões, perdedores e pessoas que reclamam.

Um dos atributos mais fortes do livro são as explicações de termos e gírias – mesmo quando você não é familiar ao mundo do poker, o autor nunca lhe deixa no meio da história sem lhe ajudar a entender o significado de palavras específicas.

Finalmente, o livro contém algumas dicas e truques para quem deseja ser um bom dealer e para pessoas que consideram se juntar a profissão. Isso dá aos leitores a chance de refletir em seus comportamentos nos jogos ao vivo, olhando nos olhos dos dealers e se perguntando: Então, qual tipo de jogador e pessoal eu sou?

Por que o livro não é para todos?

Se você é um regular chato ou já foi traumatizado por staffs de cassino, “Shuffle Up and Deal with It: Tales from Dealers Worldwide” pode ser um pouco “leve” com os dealers – especialmente os que trabalham na WSOP.

Mas, para ser justo, o livro também faz um bom trabalho explicando a raiz dos problemas com dealers na WSOP (e em Las Vegas) – mesmo que essa explicação não seja suficiente para todos.

Enquanto o livro é uma leitura fácil de modo geral, existem alguns momentos de narrativa desregular, assim como algumas desvantagens de histórias de primeira mão.

Você pode ficar um pouco incomodado sobre o quanto a cultura das gorjetas é falada no livro. Alguns dealers focaram nisso e foram tão chatos que no fim da história você acaba esquecendo completamente que estavam falando no início sobre seu amor pelo jogo.

Outra parte complicada do livro é a percepção dos livros sobre o vício em apostas. Para leitores que são sensíveis ao tópico, algumas opiniões podem doer ou ser ruins de ler – especialmente quando alguns heróis do livro apresentam seu viés a partir de seus próprios problemas com apostas.

Finalmente, como um jogador de poker que vai para um cassino presencialmente para relaxar e se divertir, pode achar-se um pouco ofendido pelas atitudes de dealers comumente formulada como “Eu sou um babá de adultos que jogam cartas”.

Mas, se você lê o livro dando um passo para longe do ponto de vista pessoal e olhar para a outra faceta da indústria do poker, as coisas acima não devem lhe prevenir de gostar do livro. Então, nós achamos que você deve dar uma chance.