Casos de trapaça no poker: relembre as principais polêmicas
- Verificado por: PokerListings
- Última atualização em: novembro 12, 2025 · 9 min minutos de leitura
O poker é extremamente cativante e pode mudar a vida daqueles que alcançam o sucesso e dedicam sua carreira ao jogo. Entretanto, por movimentar cifras muito altas, também atrai pessoas de má índole que buscam a riqueza fácil no jogo de cartas. Jogadores mal-intencionados tentam burlar as regras do jogo com o mesmo fim: ganhar mais dinheiro. Mas os meios, muitas vezes são diferentes – e em alguns momentos até mesmo curiosos.
Existem diversas maneiras de trapacear no poker: ao vivo, jogadores podem marcar cartas, praticar o angle shooting ou até mesmo combinar maneiras de adquirir vantagens com outros participantes, como forma de conluio. No online, já vimos casos de usuários com funcionalidades especiais em uma plataforma e de jogadores utilizando múltiplas contas. Muitas destas maneiras de trapacear no jogo já resultaram em punições e podem marcar a carreira de um jogador para sempre.
Relembrar casos emblemáticos é importante para manter os jogadores e a comunidade em alerta para que situações prejudiciais para o ecossistema do poker não voltem a acontecer. Por isso, a PokerListings separou alguns casos polêmicos de trapaças e adverte que o jogo não está livre de situação negativas, mas elas raramente passam despercebidas, graças a vigilância constante dos fãs do jogo de cartas.
Mark Teltscher e o uso de multicontas
Multicampeão de poker, Mark Teltscher iniciou sua carreira no poker no início dos anos 2000, acumulando diversas conquistas grandiosas nas plataformas online e também no ao vivo. Entretanto, em 2007, o jogador se envolveu em uma das maiores trapaças da história recente do jogo de cartas, marcando sua carreira para sempre.
Com o título do Main Event da EPT Londres em 2005 e o 2º lugar na EPT Barcelona de 2007, Teltscher estava no auge de sua carreira. Mas isso não foi suficiente para o jogador, que se utilizou de métodos proibidos para ganhar mais dinheiro.
O inglês foi “descoberto” em 2007, quando um usuário chamado “TheVOid” conquistou o título do Main Event do World Championship of Online Poker (WCOOP), chamando atenção dos moderadores da PokerStars, que acharam estranho um desconhecido levar o título do principal evento da grade.
Com a empresa investigando a situação com mais profundidade, descobriu-se que a conta pertencia à Natalie Teltscher, irmã do profissional inglês. Com essa informação, as perguntas continuaram a surgir, e a PokerStars descobriu que Mark jogava com múltiplas contas.
Apesar disso, Natalie negou as acusações de que teria sido ajudada por Mark durante sua trajetória na WCOOP. As respostas não foram suficientes para a PokerStars, que levou o caso para a Justiça. No tribunal, Natalie afirmou que usou a ajuda de um “agente externo”, mas nunca admitiu que ele era seu irmão. Como punição, a jogadora perdeu a premiação de US$ 1,4 milhões de dólares, dividida de maneira justa entre os demais jogadores do field.
Mark não deixou de jogar e atualmente acumula mais de US$ 5 milhões em ganhos somente em torneios ao vivo. Em 2015, ganhou mais de US$ 670 mil com o 2º lugar no High Roller 8-max da EPT Barcelona, além de diversas outras premiações de cinco e seis dígitos.
Bryn Kenney e o uso de “cavalos”
Nem o maior ganhador de todos os tempos está livre de polêmicas no poker. Com quase US$ 80 milhões somados em torneios ao vivo, Bryn Kenney foi acusado em 2022 de liderar um grupo de jogadores para benefício próprio, ganhando milhões de dólares com as trapaças.

Quem iniciou a onda de acusações contra Kenney foi Martin Zamani, um conhecido jogador de poker dos Estados Unidos. Em sua conta no Twitter, o Zamani afirmou que Kenney forçava jogadores a agirem de má-fé em torneios da GGPoker, especialmente nos satélites. Com o discurso de “faça o melhor para o time”, Kenney utilizava essas pessoas para obter melhores resultados nos eventos online.
Zamani afirma que, entre os principais desvios de conduta, Kenney forçava pessoas a lhe beneficiarem em satélites, estimulava o uso de RTAs e também praticava ghosting. Segundo o acusador, os jogadores que se negavam a cumprir as ordens eram excluídos do sistema de staking de Kenney.
Quem também confirmou as acusações foi Lauren Roberts, com quem Kenney já teve um relacionamento. Publicando captures de tela de conversas com o líder da All Time Money List, Roberts expôs comportamentos tóxicos de Kenney, além de afirmar que o jogador participava de jogos em sua conta e também praticava ghosting. Poucos dias depois, Kenney foi a público e afirmou que as acusações contra sua pessoa eram falsas. “Não há nenhuma evidência disso e todos que me conhecem sabem que não é verdade”, publicou.
Ali Imsirovic e Jake Schindler
Dois dos maiores nomes do poker moderno, Ali Imsirovic e Jake Schindler dominaram os torneios high rollers por anos. Com prêmios milionários, resultados consistentes e presença constante nos principais eventos do mundo, ambos pareciam intocáveis. Mas em 2022, a reputação da dupla desabou após graves acusações de trapaça no poker online.
Diversos profissionais, incluindo Alex Foxen e Kristen Bicknell, denunciaram que Imsirovic e Schindler participavam de esquemas de conluio e uso de múltiplas contas em plataformas de poker, especialmente nas disputas de high stakes. Segundo os relatos, os dois trocavam informações em tempo real durante torneios, além de utilizarem contas diferentes para confundir adversários e obter vantagem ilegal nas mesas.
Com o crescimento das acusações e a pressão da comunidade, ambos foram banidos dos eventos da PokerGO Tour, uma das séries mais prestigiadas do circuito mundial. Embora nunca tenham admitido publicamente as práticas, a ausência dos dois nas principais mesas ao vivo desde então reforçou a suspeita de que havia fundamento nas denúncias.
O caso ganhou ainda mais destaque porque Imsirovic, então considerado um dos melhores jogadores da nova geração, havia vencido dezenas de torneios e figurava entre os líderes da Player of the Year Race. Desde o escândalo, tanto ele quanto Schindler mantêm perfil discreto, com aparições raras e sem retorno expressivo ao cenário competitivo.
Ultimate Bet e o superusuário

Um dos maiores escândalos da história do poker online aconteceu entre 2005 e 2008, na extinta plataforma Ultimate Bet. O caso ficou conhecido como o do superusuário — uma conta especial que permitia a seus operadores ver as cartas dos adversários em tempo real.
Durante anos, jogadores profissionais e regulares reclamavam de mãos “impossíveis” e jogadas suspeitas, até que uma investigação independente revelou a verdade: um grupo de pessoas ligadas à administração do site usava um software interno para roubar milhões de dólares de usuários legítimos. Entre os nomes envolvidos estava o campeão do WSOP Main Event de 1994, Russ Hamilton, apontado como o principal responsável pelo esquema.
Estima-se que mais de US$ 20 milhões tenham sido desviados através dessa trapaça. Após a descoberta, a Kahnawake Gaming Commission, responsável pela regulamentação do site, aplicou sanções severas e forçou a devolução parcial do dinheiro aos jogadores prejudicados.
O escândalo foi um divisor de águas na história do poker online, impulsionando a criação de normas mais rígidas de auditoria e segurança digital. Até hoje, o caso da Ultimate Bet é lembrado como um dos maiores alertas sobre a importância da transparência nas plataformas de jogo.
Conluio no Millionaire Maker
O caso de chip dumping no Millionaire Maker da WSOP 2025 se tornou o principal tema de debate no mundo do poker no último ano. Em um episódio que envolveu bônus milionário, acusações de conluio e a participação de nomes consagrados, o torneio acabou marcado como uma das maiores polêmicas da história recente da série.
Durante o heads-up do evento, os jogadores Jesse Yaginuma e James Carroll foram acusados de agir em conjunto para dividir o bônus de US$ 1 milhão oferecido pela WPTGlobal – premiação exclusiva que apenas Yaginuma teria direito caso fosse campeão. Nas redes sociais, as atitudes de Carroll chamaram atenção, especialmente por jogadas consideradas estranhas, que favoreceram o adversário direto.
A WSOP suspendeu o resultado e, dias depois, anunciou a decisão oficial: nenhum dos jogadores receberia o bracelete do evento, e a premiação seria dividida entre eles. A WPT, no entanto, manteve o pagamento do bônus a Yaginuma, que recebeu o valor em uma cerimônia privada.
Mas o escândalo ganhou novos capítulos quando Daniel Negreanu, em seu vlog diário, revelou que o terceiro colocado, Josh Reichard, também foi procurado para participar do esquema e se recusou. Segundo o embaixador da GGPoker, a recusa de Reichard pode ter influenciado a dinâmica do 3-handed, com Yaginuma e Carroll supostamente “trabalhando juntos” para eliminá-lo.
Negreanu reforçou que a responsabilidade maior seria da própria promoção, feita pelo ClubWPT Gold, e não dos jogadores. “Um dos caras estava enfrentando dificuldades financeiras severas… teve cerca de dez minutos para decidir o que fazer, aceitou, e agora se arrepende”, afirmou o canadense.
A repercussão foi imediata. O também profissional Sam Greenwood pediu punições mais severas, incluindo possíveis banimentos. “Se o que Daniel disse for verdade, eles tiveram sorte que a WSOP concordou em pagá-los”, disse.
O caso ainda divide opiniões, mas reforça uma verdade incômoda: mesmo em um dos ambientes mais monitorados do mundo, o poker não está imune à trapaça — e a integridade do jogo depende tanto das instituições quanto das decisões éticas de cada jogador.
Lições para o poker
Os casos de trapaça no poker mostram que, mesmo em um jogo baseado em habilidade, estratégia e leitura, a ética continua sendo o maior diferencial. Das mesas online aos eventos mais prestigiados do mundo, sempre existirão tentativas de explorar brechas e manipular o sistema em busca de vantagem. No entanto, cada escândalo trouxe aprendizados valiosos, tanto para os organizadores quanto para os jogadores.
As plataformas e circuitos mais respeitados do cenário, como a WSOP e a GGPoker, aprimoraram seus sistemas de segurança, auditorias e políticas de transparência. Hoje, há um monitoramento constante que reduz consideravelmente o espaço para comportamentos suspeitos — e uma comunidade muito mais atenta, disposta a expor práticas antiéticas.
Mais do que um alerta, esses episódios reforçam que o verdadeiro espírito do poker não está apenas em vencer, mas em competir com integridade. O prestígio e a longevidade de uma carreira no jogo de cartas dependem tanto das habilidades na mesa quanto da reputação construída fora dela. Afinal, no poker, a confiança é a maior aposta de todas.
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